Produção própria de energia e combustível traz segurança a produtor

O produtor André Haacke está tentando fechar o cerco entre os principais gastos e lucros dentro da própria porteira da propriedade agrícola em Santa Helena, no oeste do Paraná.

O trator e a camionete já não utilizam diesel e são movidos a biometano, um combustível produzido na propriedade de 36 hectares.

A energia elétrica, com uso intensivo em determinados períodos do ano, também é gerada dentro da propriedade.

Após um investimento total de R$ 700 mil nos últimos anos, Haacke diz que já consegue uma economia de pelo menos R$ 80 mil por ano em suas despesas.

Mas essa economia não é tudo. O produtor, que atua na produção de ovos e tem um semiconfinamento bovino, passou a ter segurança na sua atividade.

A falta de energia, comum em períodos de fortes chuvas e tempestades no campo, deixou de ser uma preocupação. Com isso, a mortandade de galinhas é menor, e os custos caíram.

Na ponta do lápis, os ganhos são evidentes. A energia elétrica produzida por Haacke custa R$ 0,11 por kWh. Já a comprada fica por R$ 0,34.

Com os dejetos das granjas e do gado, o produtor produz gás. Parte deste gás é transformado em energia elétrica e outra passa por um processo de filtragem.

A filtragem permite que o gás abasteça parte dos veículos de Itaipu. O gás metano tem de ter pureza de 96,5% para ser utilizado como combustível veicular.

Mas, como diz o produtor, “ainda estamos aprendendo e em busca do ponto ideal na produção e utilização dessa energia”.

Na verdade, tudo isso ainda são experimentos e ocorre devido à parceria de Haacke, com a New Holland, a Itaipu e Copel.

Quanto à primeira, ela está testando um dos quatro protótipos de trator movido a biometano que tem no mundo. O equipamento que está em Santa Helena veio da Europa, após ter passado por um período de testes em propriedades agrícolas europeias, principalmente na Itália.

Nilson Righi, da New Holland, assim como Haacke, diz que “estamos aprendendo”. Um dos problemas encontrados pela empresa é o da autonomia. O trator tem capacidade para armazenar 300 litros de metano comprimido e autonomia para cinco horas de trabalho. Nas condições agrícolas do país, de grandes extensões, esse período de autonomia ainda é pequeno.

“É um trabalho de tentativas e erros”, que poderá ser melhorado com a chegada do segundo protótipo do trator movido a gás biometano, a partir do segundo semestre, afirma Righi.

Uma coisa é certa, segundo ele. Os testes na Europa indicaram uma economia de 40% em relação ao trator movido a diesel.

Outro parceiro de Haacke nesse projeto é a Itaipu, que já tem um quarto de sua frota utilizando o biometano. No segundo semestre, esse percentual ficará próximo de 30%. Enquanto os carros movidos a etanol têm custos de R$ 0,36 por quilômetro, os que utilizam o biometano gastam R$ 0,24.

Já com a Copel, empresa de energia, o produtor fez um contrato de troca de créditos. Repassa para a empresa a energia excedente e utiliza os créditos que adquire quando necessita de um suporte da empresa.

Os envolvidos nesse projeto sabem que é um projeto ainda inicial, mas que necessário para uma autonomia maior dos produtores rurais e para que o país avance cada vez mais na utilização da energia limpa.

“E esse avanço será necessário”, diz Rodrigo Regis de Almeida Galvão, diretor-presidente da Cibiogas Energias Renováveis.

O Brasil tem capacidade e vai implementar a produção de proteínas, principalmente nessa região do Paraná. Os dejetos são uma saída para a geração de energia e uma solução para os produtores se livrarem deles.

Galvão diz que eles dão segurança energética às fazendas, resolve o problema ambiental e agrega valor econômico à propriedade.

Mas alguns entraves precisam ser resolvidos. O biometano tem a mesma tributação do gás fóssil. Além disso, é preciso que o biogás se torne um modelo de negócio.

Ainda aprendendo, Haacke diz que a utilização da produção de biometano o livrou das reclamações dos vizinhos, principalmente devido aos dejetos, que somam de 80 a 85 m3 por dia.

A coleta é feita automaticamente das granjas de galinha e do confinamento de gado da propriedade.

O jornalista viajou a Santa Helena (PR) a convite da New Holland

biogas_biometano-601x379

Fonte: Folha de S. Paulo

ABES-ES

A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - ABES é uma associação com fins não econômicos, fundada em 1966, que reúne no seu corpo associativo cerca de 10.000 profissionais do setor, e tem como objetivos o desenvolvimento e o aperfeiçoamento das atividades relacionadas com a Engenharia Sanitária e Ambiental, na busca da melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida da sociedade brasileira.
José Farias, 98/505
Santa Luíza - Vitória/ES
29045-430
Atendimento das 13h30 às 17h30
+55 (27) 998566592
Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES, seção ES.CNPJ 33 945 015 0017 – 49

Vitória – ES

Contato exclusivo para notas fiscais, documentações, cadastros e trâmites financeiros:
comercial@abes-es.org.br