Esgoto é jogado na baía de Vitória e não se sabe quem polui

Uma disputa de números não permite identificar, com exatidão, quem polui com esgoto a baía de Vitória. No meio da confusão estão moradores da cidade, alguns deles sendo notificados por algo que já fizeram: sua ligação à rede de esgoto. “Há moradores sendo cobrados pelo que já fizeram e outros que pagam a tarifa, mas não podem fazer a interligação à rede”, desabafa o secretário de Meio Ambiente, Paulo Barbosa.

Barbosa relata que há pouco mais de um mês a prefeitura trabalhava com a informação de que 2.900 imóveis na cidade não estavam ligados à rede de esgoto. Mas, para surpresa dos técnicos da Secretaria de Meio Ambiente (Semmam), os números eram maiores. “Recebemos um ofício da Cesan informando que eram 28 mil.”

Diante do cenário, solicitaram que fosse informados onde ficavam estes imóveis. Mas esta semana uma nova surpresa. “Chegou um cadastro com apenas 3 mil nomes e, destes, 600 já tinham sido notificados”, destaca Barbosa.

As incoerência no cadastro da concessionária, responsável por identificar quem são os usuários que ainda não fizeram as ligações à rede, têm dificultado o trabalho do município, a quem cabe notificar e até multar quem não faz a interligação. “Toda hora vem uma informação errada e fica difícil autuar”, relata.

Barbosa acrescenta que os técnicos enfrentam várias dificuldades para localizar estes usuários. Ou o terreno é baldio, sem nenhuma casa ou há impedimentos para que se faça a ligação. “É um transtorno porque há situações em que o usuário começa a ser cobrado sem que tenha feito a ligação”, relata.

E na dança dos números existem ainda 25 mil usuários cuja localização a prefeitura quer saber. “Queremos saber onde estão”, diz Paulo. Em função disso, ontem a Semman notificou a Cesan para que forneça as informações. Se os dados não forem fornecidos em 15 dias, a empresa poderá ser multada por sonegar informações em valores que podem chegar a R$ 14 mil.

Na avaliação de Barbosa, falta estrutura adequada por parte de Cesan, para atender o morador da Capital. “É o que mais contribui para a arrecadação de água e esgoto e não consegue ver sua cidade despoluída”, destaca.

Em meio à confusão estão moradores como o estudante de Engenharia João Pedro Parmagnani, 19, que diz que só não abandonou o surfe e o caiaque na orla e no Canal de Camburi, por amor ao esporte. “Já fui hospitalizado por conta de infecções intestinais”.

Por meio de nota, a Cesan confirma que existem 28 mil imóveis em Vitória que não estão tratando o esgoto. Ressalta ainda que uma ligação pode atender vários imóveis (edifícios e residências com mais de uma moradia). Por isso que sempre vai haver um número menor de ligações em relação ao número de imóveis que estão aptos para serem ligados ao sistema de tratamento de esgoto. Diz ainda que, em reunião realizada no dia 15 de fevereiro, atendendo pedido do município, ficou acordado o envio de cerca de 2.800 endereços das ligações aptas. O que foi feito no último dia 8. A Cesan assinala ainda que os dados são atualizados permanentemente, dada a dinâmica das cidades onde há imóveis que pedem desligamento da água ou que já fizeram a ligação na rede no período ou ainda o proprietário muda de endereço. Diz ainda que na Grande Vitória, existem mais de 100 mil imóveis que estão aptos a fazerem as suas ligações à rede de esgoto existente.

Polêmica começa com a constatação, por exames, de que a Praia de Camburi estava totalmente imprópria para banho.

Prefeito determina que seja feito um estudo para identificar as fontes de poluição por esgoto na Capital.

Relatório concluiu que a maior parte da poluição vem de outros municípios, mas que ainda há moradores que não se interligaram à rede na Capital.

Prefeitura de Vitória cobra informações da Cesan sobre onde estão os poluidores de Vitória.

Não há consenso entre Cesan e PMV sobre quantos são os poluidores de Vitória

Fonte : Gazeta Online