Avaliação de 166 ETEs em operação no país, compreendendo diversas tecnologias

Parte 1 – análise de desempenho

Resumo

O trabalho apresenta uma análise de desempenho de 166 estações de tratamento de esgotos urbanos em operação nos estados de Minas Gerais e de São Paulo. Foram investigadas seis modalidades de tratamento diferentes, compreendendo os processos: (a) fossa séptica seguida de filtro anaeróbio, (b) lagoas facultativas, (c) lagoas anaeróbias seguidas por lagoas facultativas, (d) lodos ativados, (e) reatores UASB operando isoladamente e (f) reatores UASB seguidos por pós-tratamento. A avaliação considerou as concentrações efluentes e as eficiências de remoção dos constituintes DBO, DQO, SST, NTK, PT e coliformes (organismos termotolerantes), que foram comparadas com valores típicos reportados na literatura técnica. Em geral, o desempenho na remoção de matéria orgânica esteve dentro do esperado. As eficiências de remoção de SST estiveram abaixo, enquanto a remoção de coliformes foi maior que a descrita na literatura. A remoção de nutrientes foi baixa, já que nenhuma das modalidades analisadas foi projetada com este objetivo.

Introdução

O impacto do lançamento de efluentes originados de estações de tratamento de esgotos em corpos d’água é motivo de grande preocupação para a maioria dos países. Uma série de legislações ambientais, critérios, políticas e revisões procuram influir tanto na seleção dos locais de descarga quanto no nível de tratamento exigido para garantir que os impactos ambientais provocados pela disposição destes efluentes tratados sejam aceitáveis.

Vários autores (Dean & Forsythe, 1976a, 1976b; Niku et al, 1981; Berthouex e Hunter, 1983; Vaughan e Russel, 1983; Smith et al, 2001) publicaram estudos sobre a verificação do atendimento aos padrões de lançamento e sobre desempenho de processos de tratamento, considerando a qualidade dos efluentes. Todos estes trabalhos procuraram dar subsídios às agências ambientais para uma definição adequada dos padrões de lançamento e padrões dos corpos d’água. No Brasil, apesar de estudos e avaliações em escala piloto ou em ETEs individuais (sumariadas em Andrade Neto, 1997; von Sperling, 1998; Campos, 1999; Chernicharo, 2001; von Sperling e Chernicharo, 2000, 2002), o conhecimento sobre o desempenho das tecnologias de tratamento de esgotos em operação no país é relativamente esparso, havendo poucas consolidações estruturadas em termos de uma avaliação global.

Neste sentido, este trabalho é inédito e de grande relevância para a área de tratamento de esgotos, já que avalia o comportamento de 166 ETEs em operação no país, fornecendo informações reais do desempenho de seis processos de tratamento, em termos da qualidade do efluente gerado e da eficiência de remoção alcançada.

Na pesquisa foram utilizados os dados coletados no âmbito do projeto URBAGUA, estudo contratado pela FINEP, de interesse para a Agência Nacional de Águas (ANA), executado pelas unidades de pesquisa da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal de Minas Gerais. Este projeto, de caráter técnico e em nível nacional, foi proposto para a criação de instrumentos para a gestão integrada da água em áreas urbanas, para fornecer subsídios ao Programa Nacional de Despoluição das Bacias Hidrográficas (PRODES) e como um estudo exploratório de um programa nacional de apoio à gestão.

As tecnologias de tratamento, mais usualmente utilizadas no Brasil, foram descritas e avaliadas, de forma comparativa, buscando a identificação de sistemas que apresentassem melhor desempenho. Para isto, os resultados de concentrações efluentes e eficiência de remoção dos constituintes DBO, DQO, SST (sólidos suspensos totais), NTK (nitrogênio total Kjeldahl), PT (fósforo total) e CF (coliformes fecais, ou termotolerantes) foram comparados com dados de desempenho esperado publicados pela literatura especializada. As tecnologias de tratamento selecionadas para estudo foram: fossa séptica seguida de filtro anaeróbio (FS+FA), lagoas facultativas (LF), lagoas anaeróbias seguidas por lagoas facultativas (LAN+LF), lodos ativados (LA), reatores UASB sem pós-tratamento (UASB), reatores UASB seguidos de pós-tratamento (UASB+POS).

Autores: Sílvia M. A. Corrêa oliveira e Marcos von sperling.

Fonte: Portal Tratamento de Água

 

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