SP corre risco de enfrentar crise hídrica mais grave que a de 2014′

Levantamento da CBN mostra que quase cem cidades já tomaram alguma medida para evitar os efeitos da seca. Há municípios que já começaram o racionamento de água e até decretaram situação de emergência por causa da estiagem de mais de cem dias.

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SP viveu auge da crise hídrica entre 2014 e 2015. Foto: Luiz Augusto Daidone / Prefeitura de Vargem

Por Hermínio Bernardo e Jéssica Bernardo

A estiagem que atinge o estado de São Paulo é a pior desde 2014. Em algumas cidades, não chove de forma significativa há quatro meses. Os principais reservatórios estão com níveis inferiores a 2013, período que antecedeu a crise hídrica.

O Sistema Cantareira, que abastece parte da capital e da Região Metropolitana, estava com quase 60% da capacidade um ano antes da crise de 2014. Hoje, tem 40% e está prestes a entrar em alerta.

O professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, Augusto José Pereira Filho, afirma que o estado caminha para uma crise hídrica:

“A situação é similar a do fim de 2013 para 2014. E a tendência é não melhorar, pelo menos até meados da próxima estação chuvosa, a partir de setembro. O que a gente pode fazer é tentar antecipar, se preparar e proceder de uma forma em ressonância com a condição do momento, a condição climática, que nesse momento aponta para o início de uma crise hídrica”.

91 cidades já adotaram alguma medida

Um levantamento feito pela CBN mostra que 91 cidades já adotaram alguma medida. Entre os municípios afetados estão Itu, Sorocaba e Piracicaba, que enfrenta a pior seca já registrada. Já são 111 dias sem chuva. São Pedro está na seca há 125 dias.

O consórcio que administra a Bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí recomendou uma série de metas para evitar a falta d’água. A vazão dos rios da bacia, que inclui mais de 60 cidades, está mais de 70% abaixo da média.

Em Bauru, a seca chegou dois meses antes do previsto. O presidente do Departamento de Água e Esgoto, Eric Fabris, considera que a estiagem é equivalente à de 2014:

“O que aconteceu agora é que a seca adiantou dois meses. Então, as obras que nós temos em andamento para contingenciar a estiagem não vão chegar a tempo. Neste momento, já estamos procurando um plano B e C para contingenciar por que a perspectiva é de, em cerca de trinta dias, começar um rodízio, começar o racionamento”.

Racionamento

Várias cidades já começaram o racionamento e passaram a multar quem desperdiça. Uma delas, Caconde, decretou situação de emergência. A prefeitura estima que são necessários três milhões de reais para bombear a água para o reservatório. Porém, o prefeito Zé Bento não está otimista:

“No ano passado, nós decretamos (situação de emergência) também. Nós fomos na Defesa Civil, fomos no Palácio, protocolamos o pedido de recursos, encaminhamos a documentação, mas não veio um centavo. Nada. Nenhum investimento. Olha, eu moro aqui perto de um ‘riozinho’, o Rio São Miguel. Ele era bem largo. Ele não dá um metro hoje, ele está rasinho, quase secando e nunca aconteceu isso. Tá difícil”.

O governo de São Paulo garante que não vai faltar água. O secretário de Recursos Hídricos do Estado, Ricardo Daruiz, negou uma crise hídrica e descartou um racionamento na Grande São Paulo por causa das obras feitas.

“Estas obras nos dão uma possibilidade de atendimento muito maior. Ou seja, o quadro hoje é que nós temos um regime de escassez hídrica, mas não temos uma crise hídrica de abastecimento.

– O senhor descarta um racionamento na Grande São Paulo?

Com certeza, com certeza. Não há a menor hipótese disso acontecer”, garante Daruiz.

LISTA DAS CIDADES

  • Águas de São Pedro;
  • Altinópolis;
  • Americana;
  • Amparo;
  • Analândia;
  • Artur Nogueira;
  • Atibaia;
  • Barretos;
  • Batatais;
  • Bauru;
  • Bebedouro;
  • Bom Jesus dos Perdões;
  • Bragança Paulista;
  • Cabreúva;
  • Caconde;
  • Campinas;
  • Campo Limpo Paulista;
  • Capivari;
  • Casa Branca;
  • Cerquilho;
  • Charqueada;
  • Colômbia;
  • Conchal;
  • Cordeirópolis;
  • Corumbataí;
  • Cosmópolis;
  • Dois Córregos;
  • Elias Fausto;
  • Holambra;
  • Hortolândia;
  • Ilha Solteira;
  • Indaiatuba;
  • Ipeúna;
  • Iracemápolis;
  • Itapetininga;
  • Itapura;
  • Itatiba;
  • Itirapina;
  • Itú;
  • Itupeva;
  • Jaguariúna;
  • Jarinú;
  • Joanópolis;
  • Jundiaí;
  • Limeira;
  • Louveira;
  • Mairiporã;
  • Mogi Mirim;
  • Mombuca
  • Monte Alegre do Sul;
  • Monte Aprazível;
  • Monte Mor;
  • Morungaba;
  • Nazaré Paulista;
  • Nova Odessa;
  • Olímpia;
  • Paulínia;
  • Pedra Bela;
  • Pedreira;
  • Pereira Barreto;
  • Pinhalzinho;
  • Piracaia;
  • Piracicaba;
  • Pirassununga;
  • Populina;
  • Presidente Prudente;
  • Rafard;
  • Ribeirão Bonito;
  • Ribeirão Preto;
  • Rio Claro;
  • Rio das Pedras;
  • Saltinho;
  • Salto;
  • Santa Bárbara d´Oeste;
  • Santa Gertrudes;
  • Santa Maria da Serra;
  • Santo Antonio de Posse;
  • São José do Rio Preto;
  • São Pedro;
  • Socorro;
  • Sorocaba;
  • Sta Cruz das Palmeiras;
  • Sumaré;
  • Taciba;
  • Tambaú;
  • Torrinha;
  • Tuiuti;
  • Valinhos;
  • Vargem;
  • Várzea Paulista;
  • Vinhedo.

Fonte: Tratamento de Água

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