Nesta quarta-feira, 27 de janeiro, cinco instituições assinaram em Brasília um Protocolo de Cooperação para implementação de ações e programas voltados para a formação de recursos humanos e o aprimoramento de competências técnicas e científicas na área de Desastres Ambientais com foco na recuperação da bacia hidrográfica do rio Doce, que banha Minas Gerais e Espírito Santo. A ação terá vigência de seis anos.
Assinaram a parceria a Agência Nacional de Águas (ANA), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES).
A assinatura do Protocolo de Cooperação possibilita novas iniciativas de ação conjunta entre as instituições envolvidas para melhorar o conhecimento dos impactos e meios de recuperação da bacia do rio Doce. Tais ações deverão se concretizar especialmente por meio da publicação de editais de chamada pública para pesquisas, nas quais a ANA deverá contribuir aportando recursos financeiros e, principalmente, propondo linhas de pesquisa prioritárias, a exemplo do monitoramento e da recuperação da qualidade das águas na bacia.
Segundo o diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu, a integração entre ciência e políticas públicas é fundamental para tomada de decisão em situações críticas, como a enfrentada pela bacia do rio Doce atualmente. “Essa agenda focada na água e em problemas concretos é muito estimulante para a Agência Nacional de Águas. Nós esperamos que no menor prazo possível consigamos ter produtos que possam dar respostas às questões mais críticas para levar mais segurança para a população dessa bacia”, conclui.
A bacia do Doce
O rio Doce nasce em Minas Gerais, nas Serras da Mantiqueira e do Espinhaço, e percorre 850 quilômetros até desaguar no Oceano Atlântico, na cidade de Regência (ES). Sua bacia hidrográfica abriga aproximadamente 3,5 milhões de habitantes, distribuídos em 229 municípios (203 mineiros e 26 capixabas), perfazendo um total de 86.715km².
A bacia do rio Doce tem fundamental importância no cenário econômico nacional. Nela está instalado o maior complexo siderúrgico da América Latina, além de grandes empresas de mineração e fornecedoras de celulose – responsáveis por grande parcela das exportações brasileiras de minério de ferro, aço e celulose –, o que confere especial importância aos recursos hídricos da bacia.
Em 5 de novembro de 2015, a bacia do rio Doce foi afetada pelos rejeitos de mineração liberados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG).
Texto:Raylton Alves – ASCOM/ANA
Foto: Raylton Alves / Banco de Imagens ANA