Uma das maiores autoridades do mundo em mudanças climáticas, o cientista inglês defende a transição mundial para uma matriz energética limpa. Itaipu (PR) —Uma das maiores autoridades do mundo sobre mudanças climáticas, o cientista inglês Sir David King visitou a Itaipu no dia 30 de março (quarta-feira). Representante da Inglaterra em fóruns internacionais de discussão e negociação sobre mudanças climáticas e ex-conselheiro científico do então primeiro ministro Tony Blair, King também preside o conselho do grupo de inovação urbanística Future Cities Catapult.
Ele veio ao Brasil para participar de conferências em Curitiba e em Brasília sobre energias renováveis e o futuro das cidades, e passou por Foz do Iguaçu a convite da diretora financeira executiva da Itaipu, Margaret Groff.
Segundo King, o interesse de visitar Itaipu era para ver de perto “essa gigantesca usina de 14 mil megawatts de energia limpa”. “Vim para ver algumas pesquisas que são patrocinadas por essa usina, pois a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias é um elemento muito importante da geração de energia limpa”, disse.
Para ele, a COP 21 foi um marco para a humanidade, porque “começamos a gerenciar o grande risco que a mudança climática representa para nossa civilização”. “Mas, apenas começamos a enfrentar esse risco. Agora, precisamos partir para a prática, parar de utilizar combustíveis fósseis e encontrar substitutos”, afirmou.
Segundo ele, o fator mais desafiador para fazer essa transição para uma matriz energética limpa é o comportamento humano. “Estamos acostumados a utilizar combustíveis fósseis. Mas, o grande motor para a ação não é apenas a mudança climática. Fontes fósseis criam uma atmosfera que é bastante danosa para a saúde humana. Se você for às grandes cidades do mundo, como Pequim, Xangai, Nova Delhi ou São Paulo, verá que não é saudável viver nesses locais, por conta do ar. Por isso, vamos criar energia limpa para o futuro. Será bom para nossa economia, para nossa saúde e para o meio ambiente”, sentenciou.
King se considera otimista em relação ao futuro. Segundo ele, o desafio que as mudanças climáticas impõem à humanidade é tão severo, que “temos que fazer essa transição no curto prazo”. “Se você olhar individualmente para a contribuição individual de cada país para o Acordo de Paris (na COP 21), verá que há um enorme mercado de energia limpa e renovável que está se criando. Isso significa que mais e mais empresas do setor privado tentarão atender a essas demandas. Isso diminuirá os preços e será um retorno positivo”, afirmou.
Ele lembra que, na Inglaterra, assim como n Alemanha, Espanha, Itália e Portugal, foram criados incentivos para as pessoas colocarem painéis fotovoltaicos e turbinas eólicas em residências.
“Isso criou um novo mercado, o número de fornecedores e prestadores de serviços aumentou muito e os custos caíram pela metade na Inglaterra.
Em 2015, o faturamento da indústria inglesa de energia limpa foi de 120 bilhões de libras e o setor emprega 465 mil pessoas. De fato, nossa economia não está crescendo muito rápido, mas está crescendo porque temos uma indústria de energia limpa”, destacou.
Fonte: www.revistafatorbrasil.com.br