Os resultados da medida mostram que a cobrança gerou uma mudança de comportamento.
Na Coreia do Sul, a população tem que pagar pelo lixo orgânico que descarta. A estratégia faz parte das medias governamentais para reduzir o desperdício de alimentos e minimizar a quantidade de resíduos descartados. O processo é simples: descartou, pagou.
Desde a década de 90, a Coreia do Sul tem investido em projetos de gestão adequada dos resíduos. Além de valorizar sistemas de reciclagem, o governo tem incentivado a população a diminuir a quantidade de lixo produzida. No início dessa mudança governamental a intenção era minimizar a carga nos aterros sanitários. Mas, como isso não era suficiente, as medidas passaram a envolver tecnologias de reaproveitamento e transformação de resíduos e multas para quem continua desperdiçando.
O sistema, apesar de ter uma lógica simples, é bem trabalhoso para os moradores. Todos os resíduos precisam ser separados. Enquanto os materiais secos vão para a reciclagem, os orgânicos são usados para produzir energia ou transformados em adubo. Então, o primeiro esforço da população está na separação.
O lixo orgânico ainda precisa ser colocado em um saco especial, que não é distribuído gratuitamente, e entregue nas lixeiras específicas. Lá, o lixo é pesado e um valor equivalente ao peso é passado ao morador.
Essa estratégia tem colaborado muito para reduzir o desperdício de alimentos no país. Em Seul, por exemplo, o descarte de resíduos orgânicos foi de 3.300 toneladas por dia em 2012, para 3.181 toneladas/dia em 2014. A meta do governo é que a cidade chegue a 2.318 toneladas/dia em 2018.
Em entrevista a um jornal local, Yu Gwang Mo, funcionário da empresa responsável pela manutenção e gestão das lixeiras, explicou que a cobrança gerou uma mudança de comportamento. “As pessoas costumavam comprar um monte de comida e jogar fora as sobras sem muito cuidado. Depois de perceber que eles têm que pagar de acordo com o que descartam, eles começaram a controlar a compra de alimentos.”
Alguns moradores não se sentem confortáveis com o sistema e optam por equipamentos de compostagem doméstica, um investimento que reduz os gastos em longo prazo. Assim, eles também podem produzir os próprios adubos orgânicos em casa.
Fonte: Redação CicloVivo