A primeira usina de biogás com essa configuração será instalada no Paraná e fornecerá energia para aproximadamente duas mil residências
OBrasil ganhará mais uma fonte de energia sustentável em sua matriz enérgica a partir de resíduos orgânicos e esgoto. A primeira usina de biogás do país com essa configuração será construída no estado do Paraná, no município de São José dos Pinhais, e terá capacidade de produzir 2,8 MW, abastecendo cerca de duas mil casas. A empresa CS Bioenergia conseguiu a Licença de Operação do Instituto Ambiental do Estado (IAP).
A usina produzirá biogás para a região a partir da matéria-prima de estações de tratamento de esgoto e lixo produzido por shoppings, restaurantes e supermercados da região. Segundo a empresa de energia, essa nova empreitada resultará em um corte de cerca de mil metros quadrados de esgoto e 300 toneladas de lixo orgânico para o estado.
De acordo com a CS Bioenergia, a tecnologia da usina separa o material fibroso (inorgânico) do orgânico, que é transportado para o tanque de biodigestão, onde é misturado com mil metros cúbicos de lodo de esgoto. A massa orgânica serve de alimento para as bactérias no lodo, criando uma biomassa. Por meio de combustão desse resíduo, o biogás é gerado.
Os tanques são vedados e aquecidos, contendo agitadores para homogeneizar a mistura.
A usina também produzirá um biofertilizante, inodoro, que poderá ser utilizado na agricultura. Nos primeiros quatro anos, este produto ficará em aterros. Depois de receber a certificação do Ministério da Agricultura, será utilizado como fertilizante.
Além disso, o material inorgânico separado será aproveitado como matéria-prima para criar sacolas plásticas.
A usina ficará dentro das instalações da Estação de Tratamento de Esgoto de Belém, que já atua com processamento do lodo e tratamento de fluentes líquidos.
O programa da empresa foi inspirado na Europa, pioneira na produção de biogás com 14 mil usinas no total – oito mil apenas na Alemanha.
No Brasil, o biogás tem participação pequena, e junto com os biocombustíveis, como o bagaço da cana (biomassa), representa 8,8% da energia produzida no país.
Fonte: Época