Os devidos esclarecimentos sobre os impactos causados por metais pesados carreados com a lama da barragem da Samarco/Vale-VHP nas águas da Foz do Rio Doce e na saúde do cidadão. Esse é o tema da audiência pública que será realizada pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (30), a pedido da ONG Juntos SOS ES Ambiental.
O palestrante convidado para a audiência é Adalto Bianchini. Oceanólogo e doutor em Oceanologia pela Université de Liège (Bélgica), ele é professor na Universidade Federal do Rio Grande (FURG) nas disciplinas de Fisiologia Animal Comparada, Toxicologia, Interação entre Organismos Marinhos e Parâmetros Ambientais.
Em sua palestra, serão abordadas questões relativas à qualidade da água e os níveis de contaminação por metais na biota, incluindo organismos da base da cadeia trófica (zooplancton), recifes de corais e recursos pesqueiros (crustáceos e peixes). Além disso, serão apresentados dados relativos ao monitoramento da resposta biológica do zooplancton e corais aos níveis de contaminação por metais.
Os dados a serem apresentados são resultantes de dois cruzeiros de pesquisa e monitoramento realizados a bordo do Navio de Pesquisa Soloncy Moura – CEPSUL/ICMBio para avaliação de impactos sobre a biodiversidade marinha, com especial referência a áreas de Unidades de Conservação e seu entorno e áreas foco de planos de ação, entre o norte do Espírito Santo e o sul da Bahia.
A iniciativa do evento é da ONG Juntos SOS ES Ambiental, acatada pelo presidente da Comissão, deputado estadual Hércules Silveira (PMDB). O objetivo, segundo seu presidente, Eraylton Moreschi Junior, é fazer com que a sociedade e as autoridades tomem conhecimento da gravidade da situação, da elevada contaminação da água e dos peixes ao longo de todo o Rio Doce no território capixaba e no mar, tanto ao norte quanto ao sul da Foz. “É muito grave e ninguém toma as atitudes necessárias”, protesta Eraylton.
O ambientalista afirma que é preciso falar aos ribeirinhos que a água está contaminada, que não podem comer os peixes e crustáceos nem vender na cidade, como tem ocorrido, com muito pescado sendo comercializado na Capital, sem qualquer aviso ao consumidor, sem qualquer fiscalização.
“Os impactos são muito grandes e talvez por isso o governo não está tomando as medidas”, avalia. “Não tem uma placa, não tem recomendação na beira do rio, nos portos saídas de pesca: ‘Proibido pescar, peixes contaminados!’. ‘Não comam, riscos à saúde!’”, reclama.
A audiência acontece a partir das 14h, no Plenário Dirceu Cardoso.
Fonte:www.seculodiario.com.br