Você conhece o seu lixo? 66% dos brasileiros sabem pouco ou nada sobre coleta seletiva

A pesquisa Ibope apontou que os brasileiros sabem pouco ou nada sobre coleta seletiva. Mas o principal é saber separar os resíduos úmidos dos secos.

Você conhece o seu lixo? A pergunta pode parecer estranha, mas, de acordo com Alex Pereira, presidente de uma cooperativa de triagem de resíduos eletrônicos de São Paulo chamada Coopermiti, é essencial para que possamos, de fato, contribuir para a preservação do meio ambiente. “É assim que as pessoas podem ter mais consciência sobre o tipo de lixo que geram e para onde o encaminham”, explica.

Alguns números indicam a necessidade dessa consciência. De acordo com pesquisa Ibope feita em 2018, 66% dos brasileiros sabem pouco ou nada sobre coleta seletiva e 39% da população não separa o lixo orgânico dos outros tipos de resíduo.

Conforme Pereira, conhecer o lixo não precisa ser nada muito complicado. Para os cidadãos, o mais importante é saber separar os resíduos úmidos dos secos. No primeiro grupo, entram os não recicláveis e orgânicos, ou seja, tudo aquilo que não pode – seja por falta de condições do material ou falta de tecnologia adequada – ser reutilizado e ainda os resíduos de origem biológica. Alguns exemplos são papel higiênico, adesivos e esponjas de aço, além de restos de frutas e verduras.

No grupo dos secos, entram os materiais recicláveis: papéis, plásticos, vidros, madeiras etc. Para Pereira, o único requisito é que eles estejam, de fato, secos. “Tem que limpar ou lavar e deixar secar”, resume o presidente da cooperativa. Se isso não for feito, as sujeiras do lixo podem acabar contaminando os outros materiais. Um pote plástico engordurado, por exemplo, quando jogado junto com outros papéis, pode inutilizá-los para a reciclagem e fazer com que eles acabem em um aterro.

É preciso evitar a contaminação 

Edimar Camargo, da cooperativa curitibana Catamare, concorda que é preciso evitar a contaminação, mas alerta que a lavagem com água – e às vezes algum empenho – nem sempre é necessária. “Depende do tipo de produto. A caixinha de leite, embalagens de carne e frango crus e plásticos engordurados precisam ser lavados”, exemplifica. Se os resíduos forem secos e não contaminantes, retirar o excesso é o suficiente.

Ambos lembram que a limpeza, além de evitar a contaminação, beneficia o trabalho de quem faz a triagem dos recicláveis. “Se você não limpa a sua embalagem de leite e deixa resíduo, fica um odor característico muito ruim. Então, é também uma questão de respeito com o próximo”, explica Pereira. Em Curitiba, esse debate rendeu até uma postagem nas redes sociais da prefeitura defendendo a limpeza do lixo.

Quando a dúvida é sobre a reciclabilidade do tipo de material a ser descartado, a recomendação é colocá-lo junto com o lixo seco para que os profissionais das cooperativas possam fazer a triagem. Ou, ainda, recorrer à tecnologia: “Hoje, se tiver dúvida, é só procurar na internet”, diz Camargo.

O que fazer com o material?

No cenário ideal, os próprios municípios ofereceriam sistemas de coleta seletiva. Contudo, dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2018, da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, mostram que ainda há muito o que se fazer nesse sentido: em 2017, 1.647 cidades das 5.570 do país ainda não tinham qualquer iniciativa de coleta seletiva.

Outra alternativa é enviar o lixo para cooperativas especializadas em reciclagem. No caso de resíduos eletrônicos, pilhas, lâmpadas, embalagens de inseticidas, toner de impressão – os chamados lixos tóxicos –, é preciso separá-los dos demais e enviá-los para essas cooperativas, que possuem licença ambiental especial. Nesse caso, a dica é fazer uma pesquisa, seja com a prefeitura ou mesmo na internet, para encontrar os pontos de coleta dessas cooperativas.

Algumas cooperativas não trabalham com pontos de coleta, mas se disponibilizam a buscar os resíduos – desde que a quantidade de lixo “valha a pena”. “Tem que ser um volume expressivo para cobrir as despesas de logística. E, em geral, as cooperativas buscam apenas o que conseguem reciclar”, diz Camargo.

Especificamente sobre os eletrônicos, o presidente da associação diz ainda que as pessoas devem evitar doá-los ou deixá-los em frente às suas casas para que pessoas os levem. “No mercado informal, é comum essas pessoas tirarem o que o eletrônico tem de valor e jogarem o restante fora, inadequadamente”, diz.

Planilha

Embora um conhecimento “superficial” sobre o lixo possa ser suficiente para otimizar a reciclagem e dar a destinação correta aos resíduos, Pereira ensina uma forma de conhecê-lo a fundo: fazendo uma planilha. A ideia é anotar o tipo de lixo produzido e a quantidade, o que vai permitir que cidadãos e empresas pensem na gestão desse resíduo e em como reduzi-lo.

A planilha pode diferenciar apenas os lixos secos dos úmidos, mas também pode ser mais detalhada, separando recicláveis, não-recicláveis, orgânicos e até tóxicos – e ainda entrando nos subgrupos dos recicláveis: papel, vidro, plástico, metal e madeira. “Quando você começa quantificar, você tem um ponto de partida do que fazer, o que pensar, o que mudar”, resume.

Fonte: Gazeta do Povo. | Saneamento Básico

 

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