Cataki: um jeito simples e acessível de colaborar com o planeta e com o trabalho de muita gente
Todo mundo já teve um lixo reciclável que não sabia como descartar, não é mesmo? No Brasil, cerca de 90% de tudo que é reciclado é coletado por catadores de acordo com informações do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). De tudo que pode ser reciclado, o país aproveita, atualmente, apenas 2%. Apesar da relevância, o trabalho desses profissionais não é regulamentado e sua remuneração é extremamente injusta: plástico e papelão por exemplo, valem cerca de R$ 0,20 / kg, e o vidro cerca de R$ 0,05 / kg, segundo dados dos desenvolvedores do aplicativo Cataki.
Cataki é o aplicativo que une causa social e sustentabilidade e foi lançado em junho de 2017 pela ONG Pimp My Carroça, projeto do garfiteiro Mundano conhecido por contribuir com intervenções artísticas nas carroças e outras iniciativas como forma de anular a invisibilidade dos catadores. O app permite às pessoas que precisam descartar material reciclado entrar em contato com catadores.
Funciona da seguinte forma: O usuário realiza o cadastro e especifica o resíduo que deseja descartar; o Cataki mostra os catadores ou instituições mais próximos que podem retirar aquele tipo de material; depois disso ocorre uma negociação direta entre o gerador e catador do resíduo, que ocorre fora do aplicativo, por telefone ou whatsapp até o estabelecimento de um valor justo para o serviço e local de retirada do material. Os coletores podem até passar na casa do gerador do resíduo para recolher.
O aplicativo permite ainda filtrar a destinação mais adequada do resíduo, entre catador (a), cooperativa, pontos de entrega voluntária, Ecoponto e Ferros Velho. Ele permite visualizar a lista de opções e o mapa marcando a área onde cada um deles atua.
Este vídeo disponibilizado pelos desenvolvedores ajuda a entender melhor o app:
Reconhecimento
A ideia foi campeã do prêmio “Gran Prix Netexplo 2018 de Inovação Digital da UNESCO”, além de outros sete prêmios de relevância nacional e internacional entre 2014 e 2018. Dentre eles estão o “International Awards for Public Art, da Universidade Batista de Hong Kong (2017)” e o “Prêmio Santo dias de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo (2018)”.
Cássia Rocha é graduanda em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo, técnica em Meio Ambiente e estagiária de Comunicação na ABES -ES.