ETE de Faro-Olhão em Portugal utilizará processo NEREDA®

A construção da futura ETE de Faro – Olhão, surge no contexto de superar as limitações dos atuais sistemas de tratamento existentes por lagoas – a ETE de Faro Nascente e a ETE de Olhão Poente – e também para atender os níveis de qualidade exigidos no efluente tratado descarregado no corpo receptor (ria Formosa).

A instalação vai tratar as águas residuais de uma população de cerca de 113.000 habitantes equivalentes, pertencentes às cidades de Faro, Olhão e S. Brás de Alportel. A vazão diária de tratamento chega a 28.000 m3 com picos horários de até 4.800 m3.

A solução adotada contemplará na fase líquida as etapas de tratamento preliminar, biológico, e desinfecção, possuindo ainda uma desinfecção adicional para produção de água de reúso.

Tratamento preliminar

O tratamento preliminar contempla as seguintes operações unitárias:

• Medição da vazão e recepção do afluente bruto no poço inicial de grossos
• Gradeamento e peneiramento
• Desarenação e remoção de gorduras
• Equalização/homogeneização das vazões

 

Tratamento biológico

O tratamento biológico será efetuado em sistema GSBR (Granular Sequencing Batch Reactor), mediante o processo NEREDA®, patenteado pela Royal HaskoningDHV – que consiste na utilização de reatores biológicos, alimentados descontinuamente, em que, através de aspectos específicos de projeto e de controle de processo, se promove o desenvolvimento de grãos aeróbios com diâmetros até cerca de 2 mm, que apresentam elevadas velocidades de sedimentação. Estas estruturas granulares são constituídas por diferentes consórcios microbianos que atuam a nível da degradação da matéria orgânica e da remoção de nutrientes.

O sistema NEREDA®, em linhas gerais, compreende o funcionamento por batelada nos reatores de acordo com as seguintes etapas:

• Enchimento do afluente e descarga do efluente simultaneamente
• Aeração da biomassa granular
• Decantação rápida da biomassa granular

Esta tecnologia oferece inúmeras vantagens com relação aos sistemas convencionais de lodos ativados, principalmente:

• Redução significativa da área de implantação, atendendo à integração de todos os processos biológicos (remoção da matéria orgânica/nutrientes e decantação secundária) num único órgão.
• Redução do consumo de energia, devido à menor utilização de equipamentos e às menores necessidade de aeração da biomassa granular, minimizando assim os consumos energéticos e, consequentemente, os custos operacionais.
• Redução da pegada, como resultado de uma estrutura de construção civil compacta.
• Elevado grau de depuração das águas residuais.

 

Desinfecção

O efluente antes de ser descarregado no corpo receptor passa por um sistema de desinfecção por ultravioleta (UV).

Parte do efluente tratado é sujeito a uma desinfecção adicional, com vista à produção de água de reúso.

 

Fase sólida e tratamento de odores

A fase sólida do tratamento inclui espessamento gravítico, desidratação de lodos por centrifugação e armazenamento temporário, em silos.

Com relação ao tratamento de odores, o ar das etapas de tratamento mais odoríferas é captado e tratado em um sistema de lavagem química.

 

A obra

A pedra fundamental da obra foi lançada em outubro de 2016.

Um consórcio formado pelas empresas Oliveiras S.A. e Acciona Agua S.A será o responsável pela obra, que terá investimentos de 21 milhões de euros e cuja entrega está prevista para 2018.

A gerente do projeto, Priscilla Ferreira, fala sobre a solução adotada para a obra:

 

Fontes: Aguas Residuales e Águas do Algarve, adaptado por Portal Tratamento de Água, www.tratamentodeagua.com.br.

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