O desenvolvimento da revista abriu espaço para a publicação de artigos científicos, originais e
de revisão, e tornou-se um dos veículos mais importantes da Área de Ciências Ambientais.
Por equipe de comunicação ABES
Em 2004, pesquisadores ligados ao Núcleo de Informações em Saúde Ambiental (NISAM) da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto de Ciência e Tecnologia em Resíduos e Desenvolvimento Sustentável (ICTR), criaram a Revista Brasileira de Ciências Ambientais (RBCIAMB) (clique aqui para acessar a publicação), com o objetivo de ser um canal de divulgação de artigos científicos, em língua portuguesa, na área do meio ambiente, buscando divulgar pesquisas e avanços de trabalhos desenvolvidos no país. O desenvolvimento da RBCIAMB abriu espaço para a publicação de artigos científicos, originais e de revisão, e tornou-se um dos veículos mais importantes da Área de Ciências Ambientais, principalmente a partir de 2011, quando essa área foi institucionalizada como Área de Avaliação na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que é o órgão responsável pela a avaliação da pós-graduação stricto sensu no Brasil.
Atualmente, com abrangência internacional, a revista migrou para a ABES e, desde então, agregou ao seu escopo de publicação os temas inerentes ao setor de Engenharia Sanitária e Ambiental.
Para nos contar um pouco dessa história, entrevistamos o professor Valdir Fernandes, editor-chefe da RBCIAMB. Confira!
ABES Notícias – Como surgiu a ideia de criar a Revista Brasileira de Ciências Ambientais (RBCIAMB) e qual é o seu papel no meio acadêmico?
Professor Valdir Fernandes – A Revista Brasileira de Ciências Ambientais (RBCIAMB) nasceu em 2004, no contexto das atividades de pesquisadores ligados ao Núcleo de Informações em Saúde Ambiental (NISAM) da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto de Ciência e Tecnologia em Resíduos e Desenvolvimento Sustentável (ICTR), que perceberam demanda de um espaço para divulgação de pesquisas específicas em ciências ambientais, em sentido amplo, considerando sua perspectiva interdisciplinar. O primeiro editor foi o Prof. Marcelo Romero (USP) e, desde o início, teve a liderança do Prof. Arlindo Philippi Jr (USP), um entusiasta na luta pela sustentabilidade. O objetivo era tornar-se, inicialmente, um canal de divulgação de artigos científicos, em língua portuguesa, na área do meio ambiente, buscando divulgar pesquisas e avanços de trabalhos desenvolvidos no país. Buscava-se ser um espaço de publicação e divulgação científica sobre meio ambiente, já contando com membros estrangeiros, com inserção internacional no corpo editorial. Desde o início já se almejava que no futuro a revista se tornasse um periódico de abrangência internacional.
Com o passar dos anos, a revista passou a focar principalmente na publicação de artigos científicos, originais e de revisão e tornou-se um dos veículos mais importantes da Área de Ciências Ambientais, principalmente a partir de 2011, quando essa área foi institucionalizada como Área de Avaliação na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que é o órgão responsável pela avaliação da pós-graduação stricto sensu no Brasil. A partir desse momento, a RBCIAMB passou a ter como seu público principalmente docentes e discentes da pós-graduação da Área de Ciências Ambientais e áreas correlatas, que atuam em problemas ambientais em prol do desenvolvimento sustentável, como engenharias, biologia, biodiversidade e planejamento urbano e regional, entre outras de perspectiva multi e interdisciplinar.
ABES Notícias – Poderia ressaltar como foi o processo de migração da publicação da USP para a ABES?
Professor Valdir Fernandes – A migração foi construída pelos professores Cleverson V. Andreoli, Maria do Carmo Sobral e Arlindo Philippi Jr. Foi uma ação estratégica, considerando que vários membros do conselho editorial atuam/atuaram na ABES em diversas ações, conselhos e diretorias. Segundo o prof. Arlindo Philippi Jr, a ideia era que a ABES, pela sua importância para a área de Engenharia Sanitária e Ambiental, seria também um espaço representativo para as Ciências Ambientais.
ABES Notícias – Com essa mudança, houve alguma alteração na linha editorial da RBCIAMB ou adequação necessária? Que diferencial esta mudança acrescentou para a publicação?.
Professor Valdir Fernandes – A linha editorial é ajustada constantemente para acompanhar as tendências da área de conhecimento em âmbito internacional. A rigor, a revista mantém sua característica interdisciplinar contemplando os diversos temas que abrangem as ciências ambientais e a busca pelo desenvolvimento sustentável, visando ser espaço de troca de conhecimentos e ideias para a comunidade das ciências ambientais no Brasil. O principal diferencial e acréscimo, com a mudança da RBCIAMB para a ABES, foi o suporte técnico editorial possibilitado, com uma secretaria editorial profissional e serviços técnicos profissionais de edição. Esses aspectos possibilitaram ganhos significativos: a redução do tempo de avaliação e publicação, com prazos semelhantes às boas revistas nacionais e internacionais; a melhoria da qualidade editorial nos seus diversos aspectos; a publicação em língua inglesa, a partir do ano de 2021; a inserção da RBCIAMB em diversas bases internacionais, requisito fundamental para sua projeção como um periódico internacional.
ABES Notícias – E qual a contribuição desta publicação para o setor de Saneamento?
Professor Valdir Fernandes – Eu diria de grande relevância. Parte significativa dos artigos publicados na revista, desde a sua origem, tem foco nos aspectos ambientais de resíduos sólidos e de recursos hídricos, normalmente combinando diferentes conhecimentos, das engenharias, principalmente sanitária-ambiental e civil, da química, das biológicas e das ciências voltadas à gestão, às políticas públicas e ao planejamento. Os artigos sobre esses dois temas são também os mais citados em outros trabalhos científicos. A revista tem recebido, ainda, crescente contribuição sobre os diversos aspectos envolvendo cidades, dentre os quais aqueles relacionados à saúde e ambiente, quase sempre abrangendo a relação com o saneamento. Como um tema transversal e de grande importância para o país, o saneamento está presente em muitas pesquisas desenvolvidas no âmbito das ciências ambientais e consequentemente nas publicações da RBCIAMB, como espaço de diálogo e troca de conhecimentos do setor na sua relação com o meio ambiente.
ABES Notícias – Como é a repercussão da RBCIAMB entre seu público leitor e/ou articulistas? Como é desenvolvida a linha editorial visando atender a esse público? Existe uma interatividade para melhor aproveitamento dos temas?
Professor Valdir Fernandes – A repercussão está numa crescente, tanto em âmbito nacional como internacional. Em 2021 o número de citações da revista foi quase o dobro de 2020, havendo crescimento significativo nas citações internacionais. Atribui-se a isso a melhoria da qualidade da revista e a publicação em língua inglesa, que possibilitaram a indexação em bases internacionais.
A linha editorial da RBCIAMB resulta de intenso diálogo com seu público, buscando seguir as tendências de desenvolvimento de conhecimento, nacional e internacional. Contamos, atualmente, com 17 editores ativos e 20 membros do conselho editorial, que opinam sobre foco e contribuem para a abrangência da revista. O contato com os editores é constante e cada artigo e edição são tratados caso a caso. Nas edições, geralmente, busca-se manter diversidade de temas e abordagens. Além disso, a revista conta com centenas de avaliadores de diversas áreas, regiões e instituições, que com frequência contribuem. A existência de uma secretaria editorial especializada no fluxo de avaliação, torna esse processo profícuo e agradável. Com frequência autores e avaliadores elogiam a evolução da revista como espaço de diálogo. Há um crescente sentimento de pertencimento e reconhecimento de que a revista cada vez mais é um patrimônio da comunidade.
ABES Notícias – Neste período de pandemia, quais as contribuições da linha editorial da RBCIAMB para continuar atendendo às demandas ambientais e sociais do País?
Professor Valdir Fernandes – A linha editorial da RBCIAMB naturalmente proporciona contribuições científicas associadas às demandas emergidas da pandemia, que são por definição socioambientais. Os diversos aspectos de gestão e tecnologias ambientais, associados aos diversos temas relacionados, como de saneamento e recursos hídricos, resíduos, conservação, saúde ambiental, poluição e mudança climática, dentre outros, mais do que do que nunca tornaram-se importantes como demanda científica, na busca de um desenvolvimento sustentável. Não houve mudança ou foco especial em algum tema relacionado à pandemia. O que houve foi o aumento de artigos com a temática saúde e um crescimento de submissões de artigos de revisão, em detrimento de artigos originais de pesquisa de campo e laboratoriais, um fenômeno global, devido às medidas de distanciamento social. Essa demanda foi naturalmente administrada no fluxo da revista.
ABES Notícias – E agora, que estamos em um momento de transição pós-pandêmica, de que forma os temas abordados pela Revista ajudam a sociedade a passar melhor por esse processo?
Professor Valdir Fernandes – A sustentabilidade mais do que nunca é uma emergência global. A pandemia tornou isso ainda mais evidente. Os temas abordados obrigatoriamente se relacionam com os diversos aspectos da sustentabilidade e, portanto, possuem importância significativa para esse momento. Aspectos ecológicos, ambientais, territoriais, sociais, culturais, econômicos e políticos da sustentabilidade e das ciências ambientais; informação, conhecimento e tecnologia nas diversas perspectivas e disciplinas, combinadas para formular soluções eficazes que visem o desenvolvimento sustentável; as questões em recursos naturais, conservação ambiental, recursos hídricos, gestão de resíduos, tecnologias ambientais e limpas, gestão ambiental, percepção social, educação ambiental, desenvolvimento urbano, saúde ambiental, políticas públicas e agricultura sustentável são fundamentais para transcendermos rumo a uma sociedade saudável e sustentável.
ABES Notícias – E as parcerias? Qual a importância delas para os objetivos da RBCIAMB?
Professor Valdir Fernandes – A principal parceria da RBCIAMB é a comunidade das ciências ambientais no Brasil, representada pelos docentes e discentes dos programas de pós-graduação e pelos profissionais dos diversos órgãos de saneamento, recursos hídricos e ambientais (autores e avaliadores). O ICTR continua sendo parceiro e as bases de dados também são parceiras importantes que ajudam a melhorar a qualidade da revista e divulgá-la internacionalmente.
ABES Notícias – Quais os principais desafios em termos de comunicação digital para uma publicação deste tipo?
Professor Valdir Fernandes – O contexto atual é de transformação digital, e isso traz oportunidades, mas também desafios para qualquer veículo de publicação. Com a RBCIAMB não é diferente. Como diz o ditado, “quem não é visto não é lembrado”. Para um periódico científico pode-se acrescentar “e não é citado”. No meio profissional, “não é aplicado”. O apoio da ABES já proporcionou diversas melhorias na revista nesse sentido, possibilitando a indexação em algumas bases de dados, por exemplo. Essa é uma das oportunidades que estamos aproveitando para difundir os conteúdos da revista nacional e internacionalmente, mas há ainda muito espaço a ser explorado e conquistado. Outro desafio é a adequação gradativa da revista aos algoritmos dos sistemas de busca, que também são fundamentais para que se atinja cada vez um público maior. Esse trabalho está sendo feito em conjunto com a área de tecnologia da informação da ABES.
ABES Notícias – Para 2022, o que está sendo planejado em termos de conteúdos e atividades da RBCIAMB? E quais as expectativas de vocês para este ano?
Professor Valdir Fernandes – Em termos de conteúdo será mantida a linha editorial, buscando incrementar com alguns autores estrangeiros convidados.
As expectativas são boas, o planejamento é qualificar a revista para inseri-la nas melhores bases internacionais Web of Science e Scopus; melhorar sua difusão digital com adequação aos algoritmos dos sistemas de busca, diminuir o tempo de resposta entre a submissão e a decisão final, que já está razoável, mas o objetivo é que seja muito bom. Estamos também na expectativa do novo Qualis Capes e esperamos ter uma boa qualificação, considerando os resultados já obtidos. Esses aspectos certamente manterão o aumento no número de submissões e ampliação do público da revista.
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