Um termo de cooperação com Arcelor Mittal foi selado pelo Instituto Terra para recuperar as florestas ao longo das margens do Rio Doce. Outras 4 mil nascentes vão ser recuperadas na parte do rio que corta o Estado de Minas Gerais. Um protocolo de intenções entre o Instituto e o Governo do Espírito Santo também foi firmado para atuar nessa recuperação, segundo o secretário estadual de Meio Ambiente, Rodrigo Júdice.

"É um projeto extremamente importante que se associa ao programa auspicioso que o governo possui já alguns anos, que é o Reflorestar. Dessa forma, unindo sociedade civil organizada, terceiro setor e uma empresa privada que tem capacidade e sensibilidade de olhar para os problemas da natureza, acreditamos que vamos enfrentar esse problema da escassez hídrica recuperando nossas nascentes com mais velocidade, com incremento técnico e aporte financeiro", afirmou em entrevista a Rádio CBN Vitória.

A ação vai envolver 500 propriedades rurais, que também serão contempladas com a elaboração do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e com o fornecimento e instalação de uma fossa séptica em cada uma delas. A parceria prevê o fornecimento de insumos como mourões e cercas por meio da Arcelor Mittal. A execução será do Projeto Olhos D’Água, do Instituto Terra. A recuperação tem início em 2015 e a previsão é de que até 2019 as nascentes da porção capixaba tenham sido recuperadas. 

Entretanto, Júdice não mencionou os valores a serem empenhados neste reflorestamento. Apenas informou que nos próximos 30 dias serão trabalhados termos dessa parceria, que deve entrar em ação nos próximos dois meses.

Lélia Deluiz Wanick Salgado, presidente do Instituto Terra, afirmou que a entidade com um projeto piloto já conseguiu recuperar duas mil nascentes no entorno do Rio Doce, tanto em Minas Gerais, quanto no Espírito Santo. Ela analisou a importância da parceria diante da crise hídrica enfrentada em toda a Região Sudeste do país.

"A falta de água não é falta de chuva. É falta de ter lá atrás uma visão de que os rios não tem que encher só com chuva, tem que segurar a água. E isso significa, preservar as florestas. Nós abatemos as florestas todas sobretudo nas nascentes. Então, hoje não tem mais água, se não chover para enriquecer o volume dos rios. Mesmo o lençol freático, já tem que se furar mais fundo para se chegar a água. Infelizmente já estamos muito atrasados", afirmou.

De acordo com Lélia, existem 40 mil nascentes na porção capixaba do rio que precisam de cuidados. As mil que serão reflorestadas no Espírito Santo são as mais urgentes. Outra ação prevista nesta parceria é o monitoramento da qualidade e da quantidade de água em duzentas nascentes, além do estabelecimento de parcerias para a implantação de um viveiro de produção de mudas da Mata Atlântica em Colatina.

Lélia Salgado adiantou que existe ainda um desejo de fechar parcerias com o Executivo Estadual para poder recuperar as nascentes dos rios que abastecem a Grande Vitória.

Conheça melhor este lindo trabalho, acesse:  www.institutoterra.org
 

FIORELLA GOMES | fnunes@redegazeta.com.br
Rádio CBN Vitória (93,5 FM)