Os mais de 17 mil painéis instalados nos campi de Vitória vão gerar economia de R$ 3,6 milhões por ano aos cofres da instituição. Estrutura, que será a maior do Estado, terá oito vezes a capacidade da atual líder em produção
Crédito A Gazeta
A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) terá duas usinas solares fotovoltaicas que produzirão energia para os dois campi de Vitória, já a partir de novembro. A unidade instalada no bairro Goiabeiras, que terá potência de 4,2 mil kW será a maior de minigeração (para consumo próprio) do Estado e a terceira maior do país.
Funcionando com a potência total, as duas unidades (Goiabeiras e Maruípe) gerarão eletricidade suficiente para alimentar mais de quatro mil residências, o equivalente a todo o centro da Capital.
Foram investidos R$ 18 milhões no projeto, oriundos de recursos de emendas parlamentares. Serão mais de 17 mil painéis que resultarão em uma economia de R$ 3,6 milhões por ano aos cofres da instituição.
O engenheiro eletricista Felipe Demuner, da Superintendência de Infraestrutura da instituição, explicou que, como a Ufes tem relativamente poucos telhados, foram adquiridos painéis mais eficientes, portanto, mais caros. No entanto, ele afirma que o retorno financeiro virá em menos tempo. “Em geral, o investimento para pessoas comuns nessa tecnologia é retornado em seis ou sete anos. No nosso cálculo, em menos de cinco anos teremos economia suficiente nas contas para pagar o investimento. Então vale a pena”, avalia.
As estruturas foram projetadas, adquiridas e instaladas por uma empresa do Maranhão, que venceu a licitação feita pela universidade. “Os painéis já começaram a ser instalados e estão praticamente prontos. Em Maruípe, todos já estão no lugar, mas faltam alguns ajustes. Já em Goiabeiras já temos 80% ou mais instalados nessa primeira etapa. Falta agora a vistoria da EDP que tem que fazer a homologação”, afirmou o engenheiro.
Nessa primeira etapa, que já começará a funcionar em novembro, foram colocados painéis em telhados de prédios como os Centros Tecnológicos, Reitoria e restaurante. Já na segunda fase, o telhado da biblioteca universitária, por exemplo, também será contemplado.
A capacidade da usina do campus de Goiabeiras será nove vezes maior da atual líder em produção de energia solar do Estado, uma microgeradora de energia que pertence a uma igreja cristã, localizada no município da Serra.
A universidade prevê ainda a troca das lâmpadas atuais por LED tanto nas áreas internas quanto externas, além de instalação de medidores de energia.”Uma vez todas as medidas em prática, a economia chegará a R$ 5,3 milhões”, disse o especialista.
Há a expectativa de que os demais campi da universidade, em São Mateus e Alegre, também recebam painéis solares no futuro, mas ainda não há prazo definido. Mesmo sem as usinas, a conta de luz desses campi também poderá ser reduzida. “Há um sistema de compensação com a concessionária que permite que a energia gerada nos Campi de Vitória que não for consumida imediatamente, seja abatida de qualquer unidade sob o mesmo CNJP”, diz Demuner.
A Ufes passou por momentos dramáticos por conta do contingenciamento orçamentário determinado pelo Ministério da Educação no primeiro semestre. Na instituição, o corte chegou a 38% no orçamento de custeio, ou seja, no dinheiro destinado ao pagamento de contas fixas como água e energia elétrica.
Para economizar, foi proibido uso de aparelhos de ar-condicionado nas salas e em setores administrativos. A universidade também cancelou a ajuda de custo para alunos participarem de eventos, cortou 50% nas despesas de manutenção de equipamentos, material de consumo e poda da grama.
No último dia 18, o reitor anunciou que, com o descontingenciamento da verba, iria retomar as bolsas de estudo e o uso de ar-condicionado na universidade.
Fonte: Portal Guandu