Sistema retira sal da água e beneficia moradores do semiárido

Programa Água Doce separa água potável e salgada; resíduo é aproveitado para alimentar peixes e irrigar plantas

 

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Tecnologia faz parte do Programa Água Doce, que torna a água salobra do subsolo própria para consumo

Retirar sal da água e torná-la potável já é uma realidade para moradores de dez estados do semiárido do Nordeste. O programa Água Doce, do Ministério do Meio Ambiente, utiliza tecnologia que purifica a água salobra retirada de mananciais.

 

 

 

A dessalinização da água foi convertida em política pública e é aplicada em comunidades rurais castigadas pela estiagem. Segundo o ministério, cerca de 150 mil moradores de 154 cidades de dez estados (Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Ceará, Paraíba, Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Piauí e Pernambuco) são atendidos pelo programa. Cada pessoa tem direito a pelo menos cinco litros de água por dia.

Água salgada em poços

A água que será dessalinizada é retirada de poços. Essa água fica acumulada nas fissuras das rochas do poço. É o contato com a rocha que eleva o teor de salinidade da água.

Por isso, segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), há no semiárido uma grande quantidade de poços com água salina ou salobra que foram abandonados pela população. Essa contaminação, somada à escassez hídrica na região, fomentaram o uso de tecnologia para aproveitar a água subterrânea.

Outro benefício da implantação do sistema é que, além de aumentar a disponibilidade de água, também diminui a proliferação de doenças entre a população, que passa a utilizar água potável, e ajuda na recuperação do solo, evitando a desertificação.

Os dessalinizadores são instalados em áreas com água salina. A transformação começa com o armazenamento da água salobra em poços tubulares que funcionam como reservatórios.

Em seguida, a água passa pelo dessalinizador. O equipamento promove a osmose inversa, em que a água passa por uma membrana e é separada dos sais. Assim, a água potável é armazenada em um tanque distinto da água salina, em que está concentrado o sal. Esse resíduo será aproveitado para alimentar peixes, que fazem parte do sistema, e para irrigação de plantas que servem de alimento para animais.

O sistema produtivo, que ocupa em média um terreno de dois hectares, tem dois viveiros de tilápias, um tanque para reciclagem do concentrado, uma área irrigada para cultivo da erva-sal e outra para produção de feno.

Condições para receber o dessalinizador

Uma localidade está apta a receber um dessalinizador se tiver um poço com vazão mínima de dois mil litros por hora, solo compatível com o sistema de irrigação de erva-sal, área pública para implantação do sistema, exploração pecuária e experiência cooperativa da comunidade.

O programa também capacita a população para a preservação do meio ambiente e operação dos sistemas.Além disso, as equipes incentivam a plantação de espécies vegetais que ajudam na retirada dos sais presentes no solo.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, ao todo, são investidos R$ 220 mil para instalação e operação de cada sistema de dessalinização. Em 2016, as equipes do do ministério já verificaram as condições técnicas e socioambientais de 3.145 regiões em 298 cidades que pleitearam o dessalinizador. Além disso, hoje estão em operação 129 sistemas, enquanto outros 994 já foram contratados e estão em construção.

Os convênios estão estruturados em três fases:

  1. Diagnósticos técnico, social e ambiental;
  2. Recuperação e implantação dos sistemas de dessalinização;
  3. Acompanhamento e monitoramento dos sistemas implantados.

Em 14 anos desde o lançamento do programa, cerca de 100 mil moradores de municípios mais críticos já foram atendidos. A meta do governo federal é que 1,2 mil sistemas sejam instalados até 2019. Até agora, o investimento no programa foi de R$ 250 milhões.

 

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